A inclusão LGBT no mercado de trabalho como pilar de ESG

Descubra como a inclusão LGBT, integrada nos princípios de ESG, otimiza a cultura organizacional e aumenta a atração de talento.

É inegável o impacto que as políticas de ESG (environmental, social e corporate governance) — sobretudo as associadas à inclusão LGBT — têm na imagem das empresas. Com a chegada de junho e a celebração do Pride Month, encontramo-nos, certamente, no momento ideal para as empresas refletirem sobre as suas práticas de “Diversidade, Equidade e Inclusão” (DEI).

Contudo, não podemos encarar o incentivo à diversidade e à inclusão como uma iniciativa assinalada apenas uma vez por ano. Aliás, a inclusão LGBT (ou LGBTQIA+) deve integrar-se na cultura organizacional, tanto na liderança como nas estratégias de recrutamento, atração e retenção de talento.

 

A importância da responsabilidade social e da inclusão para a geração Z

É no pilar social das políticas de ESG que encontramos iniciativas como, por exemplo, a inclusão LGBT, integrada nos princípios DEI. De facto, os profissionais — sobretudo os mais jovens, da geração Z — valorizam a aplicação destas políticas ao determinarem a atratividade de uma empresa.

No seu estudo, a EY calcula que a geração Z encontra-se seis vezes mais predisposta para se identificar com a comunidade LGBTQIA+ do que gerações anteriores. Este facto apresenta uma relevância crescente, pois esta geração representará 30% da força laboral dos EUA até 2030.

Portanto, a adoção de medidas de inclusão LGBT tornar-se-á cada vez mais indispensável para o sucesso das empresas. Afinal, transformações nos valores sociais e nas preocupações da mão de obra exigem, inegavelmente, que as empresas reavaliem o impacto da sua atividade na sociedade.

inclusão LGBT

Como promover a inclusão LGBT nas empresas?

Como poderemos, então, transformar a cultura organizacional, apostando na acessibilidade profissional para todos, independentemente da sua identidade de género ou orientação sexual?

Em primeiro lugar, segundo a EY, deve adotar-se uma postura de total intolerância ao preconceito e à discriminação devido à orientação sexual ou à identidade de género. Contrariamente ao que poderíamos supor, estamos hoje a assistir a retrocessos na adoção de práticas de ESG. Este fenómeno tem ocorrido sobretudo nos EUA, até nas maiores e mais bem-sucedidas empresas mundiais. Este problema surge da crença equivocada de que a diversidade e a inclusão são apenas tendências passageiras. Pelo contrário, a inclusão LGBT deve tornar-se numa pedra basilar da estrutura empresarial, espelhando uma liderança inclusiva.

Do recrutamento e da seleção de candidatos à elaboração de estratégias de retenção de talento, revela-se imperativo adotar medidas que reflitam a inclusividade da empresa. Assim, os departamentos de Recursos Humanos (RH) devem tornar-se bastiões de defesa da diversidade de género, étnica, entre outras.

Entre os passos tangíveis a adotar inclui-se, por exemplo, a construção de canais seguros de denúncia de casos de discriminação, para que os departamentos de RH possam assegurar a proteção dos profissionais, nomeadamente contra represálias. Além disso, as iniciativas de recrutamento devem estar sempre abertas para todos, permitindo a entrada de candidatos independentemente da sua identidade de género ou orientação sexual.

Quais são os benefícios da inclusão LGBT nas empresas?

A promoção da diversidade e da inclusão LGBT, assente em valores de igualdade e justiça social, permite, certamente, ampliar o leque de candidatos qualificados no mercado.

Aliás, entre as principais vantagens da inclusão LGBT para as empresas incluem-se, por exemplo:

  • o aumento da capacidade de atrair e reter talento;
  • o fortalecimento da marca e da reputação empresarial.

Desse modo, a empresa torna-se mais atrativa para potenciais profissionais, pois garante a sua segurança e o seu acolhimento no local de trabalho. Além disso, um posicionamento inclusivo potenciará o incremento da fidelidade de clientes e parceiros que valorizam a diversidade e as políticas de ESG.

Estes fatores contribuirão também para o aumento da produtividade, do envolvimento e da criatividade dos profissionais, devido a uma clara abertura para a diversidade de pensamento e a inovação, ampliando a competitividade no mercado.

Em suma, a aposta na defesa dos direitos humanos com a inclusão LGBT deve manter-se constante, não se tornando apenas numa estratégia de mercado temporária. Afinal, a promoção desses valores será benéfica, não só para a imagem da empresa, mas também para a sua capacidade de atrair talento. Todavia, o principal benefício a considerar é, sem dúvida, o valioso contributo para a construção de uma sociedade mais inclusiva.

Rui Rocheta

Chief Regional Officer Southwestern Europe & Latam
Gi Group Holding

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