Como lidar com diferentes gerações no local de trabalho?

Gerir a cooperação entre diferentes gerações no local de trabalho é um desafio. Descubra como promover um ambiente inclusivo.

Silent generation, baby boomers, geração X, millennials, geração Z e geração alpha: há atualmente seis diferentes gerações no local de trabalho, todas elas com dinâmicas muito próprias. Pela disparidade de princípios que os regem, ou até pela capacidade de lidar com as novas tecnologias, a diversidade geracional pode ser encarada como um grande desafio do ponto de vista da gestão de recursos humanos.

Mas será que é, de facto, assim? Gerir equipas intergeracionais no contexto laboral pode ter componentes desafiantes, como explica a Harvard Business Review. Mas também é, certamente, uma oportunidade enriquecedora. 

 

Desafios na comunicação entre diferentes gerações no local de trabalho

A comunicação é, sem dúvida, um fator a ter em conta quando falamos na relação entre as diferentes gerações no local de trabalho. Se, por um lado, as gerações mais velhas estão habituadas a métodos de comunicação mais tradicionais, a geração Z, nascida na era digital, privilegia a flexibilidade das ferramentas digitais e o modo como contribuem para a produtividade no trabalho.

É natural que, neste contexto, surjam algumas dificuldades de comunicação entre as várias gerações. No entanto, não serão estes diferentes modos de comunicar e de trabalhar uma oportunidade de aprendizagem entre as diferentes gerações no local de trabalho? Aliás, cada geração pode beneficiar com a partilha destes métodos, não só para se atualizarem, como também para desenvolverem novas competências.

diferentes gerações no local de trabalho

A promoção da partilha de valores entre as gerações

Noutro âmbito, a questão dos valores que cada geração mais privilegia também poderia encarar-se como elemento de distanciamento. A geração Z, por exemplo, dá primazia aos valores de inclusão, diversidade e sustentabilidade ambiental. Se as empresas não estiverem alinhadas com estes conceitos, podem, aliás, ter uma maior dificuldade em atrair e reter talento.

Até o próprio comportamento pode ser muito distinto, quando olhamos para as diferentes gerações no local de trabalho. Por um lado, os trabalhadores nascidos entre 1946 e 1964 (baby boomers) são competitivos, assertivos e focados na carreira. Por outro lado, as gerações seguintes (X, Y, Z e alpha) tendem, na generalidade, a apresentar uma visão mais flexível do trabalho. Privilegiam, por exemplo, uma maior conciliação entre vida pessoal e profissional (work-life balance), valorizando o teletrabalho.

Fazer um esforço de aproximação a estes valores — e, assim, às novas gerações — significa promover uma cultura de inclusão e diversidade. Um exemplo que deve partir da liderança das empresas, crucial para criar as condições necessárias para a atração e retenção de talento (um fator crítico, atualmente).

Os profissionais em cargos de liderança ou responsáveis pela gestão de recursos humanos têm, por isso, um papel muito importante na aproximação das diferentes gerações no local de trabalho. Um papel que começa, desde logo, com o processo de onboarding de novos colaboradores.

 

Como construir um local de trabalho inclusivo para as diferentes gerações?

Mais do que um problema, devemos, então, encarar o diálogo entre diferentes gerações no local de trabalho como o ponto de partida para a compreensão mútua. Mas como devemos promover esse diálogo?

Uma possível estratégia passa por perspetivar cada faixa etária como uma cultura distinta e a diversidade geracional como uma oportunidade de enriquecimento, a todos os níveis, da empresa. Construir uma cultura organizacional inclusiva poderá envolver, por exemplo, iniciativas de aprendizagem mútua, com a implementação de programas de mentoria empresarial.

Além disso, a idade não deve determinar a priori os papéis dos profissionais. Aliás, existem gestores com 30 anos e juniores com 55. Ainda que, por norma, as gerações mais velhas ocupem a maioria das posições de liderança, a idade não pode condicionar o acesso a cargos, em detrimento da qualificação.

Além disso, importa frisar, junto das diferentes gerações no local de trabalho, a ideia de que a transferência de conhecimentos não corresponde a uma tentativa de formatar pensamentos. Trata-se, sim, de uma oportunidade para construir novas perspetivas. Só através da comunicação intergeracional poderemos, então, abrir portas à adaptabilidade, à inovação, à competitividade empresarial e ao desenvolvimento de cada um, tanto na esfera pessoal como na profissional. 

Acima de tudo, devemos estar abertos ao diálogo e perceber que os benefícios da interação entre diferentes gerações no local de trabalho são cruciais para o crescimento de qualquer empresa e da sociedade.

Thomas Marra

Country Manager
Gi Group Holding

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