Atrair Talento, Gerar Valor: A Importância da Formação Académica
Descubra como a formação académica impacta o mercado de trabalho em Portugal, promovendo crescimento e competitividade
A relação entre formação, desenvolvimento de competências e condições no mercado de trabalho é um tema central na discussão sobre a competitividade e a sustentabilidade do tecido económico em Portugal. Dados recentemente publicados pelo Conselho Nacional de Educação confirmam que trabalhadores com formação superior recebem, em média, mais 73% do que aqueles cujo nível máximo de escolaridade é o 12.º ano. Esta diferença salienta não apenas o papel das qualificações académicas, mas também a importância do desenvolvimento de competências ao longo da vida, que contribuem de forma decisiva para maior remuneração, redução da desigualdade económica e promoção da mobilidade social.
De acordo com os mais recentes dados da OCDE, o ensino superior desempenha um papel crucial na redução das taxas de desemprego em Portugal. A taxa de emprego para pessoas com ensino secundário é de 85%, enquanto para aqueles com formação superior sobe para 88% em média e atinge 92% para doutoramentos. Estes números mostram que a qualificação académica aumenta as oportunidades de trabalho, destacando a importância de investir na educação superior. Apesar disso, persistem desafios, como a retenção de talento qualificado e a necessidade de um maior alinhamento entre as competências adquiridas e as exigências do mercado laboral.
Organizações como Catalisadoras da Formação Contínua
Num mercado global cada vez mais competitivo, as organizações desempenham um papel crucial na capacitação e retenção de talento qualificado. De acordo com um relatório recente, 71% da força de trabalho em Portugal necessitará de formação até 2030, superando a média global de 58%. Competências como aprendizagem contínua, liderança e gestão de talentos serão fundamentais. Além disso, 87% dos empregadores acreditam que a requalificação pode melhorar a retenção de talentos, enquanto 73% planeiam realocar funcionários para novos papéis. Este cenário reforça a importância de programas de reskilling e upskilling, essenciais para reduzir o défice de competências e impulsionar a empregabilidade em Portugal.
Contudo, Portugal enfrenta desafios significativos na retenção de talento qualificado. Cerca de um quarto dos licenciados abandona o país em busca de melhores perspetivas de carreira, evidenciando um desajuste entre as expetativas dos profissionais e as oportunidades disponibilizadas no mercado nacional. Esta realidade, segundo o gabinete de estatísticas, é agravada pelo facto de que a população ativa com formação superior em Portugal representa apenas 1,7 milhões de pessoas. A emigração de talento qualificado não apenas diminui a competitividade nacional, mas também priva o país de recursos humanos essenciais para setores de alto valor acrescentado, como a tecnologia, as ciências e a indústria.
Um Futuro Promissor com Investimento na Educação
O nível de instrução é determinante tanto para o sucesso individual quanto para o desenvolvimento económico e social de um país. A educação superior está associada a taxas de emprego mais altas, maior produtividade e rendimentos mais elevados, contribuindo também para a produtividade e bem-estar no âmbito profissional. Contudo, não basta apenas formar, é preciso também garantir oportunidades de desenvolvimento contínuo através de programas de requalificação. Isso ajudará a alinhar as competências adquiridas com as exigências do mercado de trabalho, enquanto contribui para a retenção de talento qualificado no nosso país. Investir na educação e na formação contínua não só beneficia os profissionais.
Thomas Marra
Country Manager da Gi Group Portugal