A importância do direito a férias para os trabalhadores e as organizações
Com o risco de burnout em crescimento, devido a multitasking, sobrecarga e pressão laboral, urge valorizar o direito a férias.
O cansaço que, por vezes, sentimos quando se aproximam os meses de verão será apenas um sinal de que precisamos de parar ou indicam algo mais preocupante? O primeiro passo será, certamente, gozar do direito a férias. Estas tornam-se indispensáveis para garantir work-life balance, salvaguardar a saúde dos trabalhadores e melhorar o desempenho individual e organizacional.
Afinal, só com uma verdadeira pausa podemos impedir a progressão da exaustão no trabalho e garantir o nosso bem-estar. Assim, todos ganham.
Gozar do direito a férias e garantir o bem-estar
Um trabalhador com pouca energia, que acusa sinais de cansaço, nunca será capaz de alcançar o seu potencial. Aliás, engana-se quem considera que as férias só beneficiam os trabalhadores. Ao encorajá-los a usufruírem do direito a férias, as empresas encontrarão múltiplos benefícios, nomeadamente:
- Maior produtividade profissional;
- Aumento da criatividade e da inovação;
- Redução dos conflitos nas equipas;
- Mais facilidade na resolução de problemas;
- Renovação da motivação dos trabalhadores;
- Melhoria da captação e retenção de talentos;
- Incremento dos níveis de satisfação;
- Minimização dos riscos de burnout e outras doenças incapacitantes.
Por todos estes motivos, é vital que as empresas respeitem verdadeiramente o direito a férias. Por exemplo, o que parece um simples envio de mensagens pode tornar-se prejudicial. Afinal, segundo a E-mail Intervention Campaign, 25% dos trabalhadores evitam férias e 34% já encurtaram o seu descanso devido a e-mails. Além disso, 88% concordam que a permissão para “desconectar” deveria estar explícita na política empresarial.
Mesmo respeitando o direito a férias, é preciso estar atento aos casos em que os trabalhadores continuam a manifestar um extremo cansaço mental no trabalho. Afinal, este pode revelar-se um motivo de alerta. Nestes casos, o melhor será apoiá-los na procura de assistência médica especializada no tratamento da síndrome de burnout.
Burnout: uma crise internacional de saúde no trabalho
Do CEO ao estagiário, a síndrome de burnout revela-se um flagelo que ataca toda a hierarquia organizacional. O stress no trabalho pode facilmente tornar-se crónico, quando o nível de exigências supera a capacidade de as concretizar constantemente.
Não só os líderes, mas também as suas equipas devem estar sensibilizadas para o impacto negativo do stress na capacidade de liderança, na tomada de decisões, na regulação emocional, na velocidade de trabalho e até nos processos cognitivos.
Aliás, segundo um inquérito global da Microsoft, quase 50% dos trabalhadores e 53% dos líderes afirmaram sofrer de burnout, em 2022. Outro estudo, conduzido pela McKinsey, descobriu que quase um em cada três trabalhadores na Ásia apresenta sintomas de burnout, depressão e ansiedade no trabalho.
Nos EUA, um relatório da Capital One revelou ainda que 48% dos donos de pequenos negócios experienciaram burnout no mês anterior. Já em Portugal, o quinto país que mais horas trabalha na OCDE, mais de metade dos trabalhadores declara estar perto de sofrer de burnout, segundo o STADA Health Report 2022.
A dimensão deste problema de saúde laboral torna-se, portanto, preocupante e tenderá a agravar-se com despedimentos, multitasking e os novos desafios que se esperam no futuro do mercado de trabalho.
É, pois, importante apostar na prevenção. Valorizar o direito a férias e o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal será, certamente, um passo fundamental na construção de um mercado de trabalho mais saudável.
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